segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Classes Gramáticais( substantivo,verbo,advérbio,pronome,adjetivo,conjunção.interjeição,preposição,numeral e artigo)

1ª Classe gramátical
Substantivo
Substantivo, como já vimos, é o nome de tudo o que existe ou que imaginamos existir:

escola casa sol mico

Tipos de Substantivo

O substantivo pode ser:
a) comum quando indica todos os seres de uma mesma espécie.
b) próprio: quando indica um só ser de uma mesma espécie

Exemplo:
Cidade
Subst. comum, porque indica todos os seres da espécie cidade

Goiania
Subst.próprio, porque indica um só ser da espécie cidade.

Os substantivos comuns se escrevem com a letra minuscula; os substantivos próprios se grafam com a letra maiuscula inicial.

c) simples: quando formado por uma só palavra
d) composto: quando formado por duas ou mais palavras.

Ex: doce    batata                             batata-doce
subs.simples por que são                  subst.composto porque é formado por duas plavras  
formados por uma só palavra

Não é o hífen que determina se um substantivo é composto como ja vimos anteriormente, há certos substantivos  compostos que se escrevem sem hífen(como aguardente, por exemplo, que se compõe de duas palavras água+ ardente).
Agora, atenção os prefixos(super,hiper,ex,semi,etc) não formam palavras compostas, portanto, super-homem não é um substantivo composto, mas sim um substantivo simples.

e) primitivo: quando dá origem a outras palavras.
f) derivados: quando se origina de outras palavras.

EX: ferro                                    ferreiro-ferradura-ferramente
substantivo primitivo                        substantivo derivado

g) concreto: quando indica um ser de existência independente, real ou não 
h) abstrato: quando indica um ser de existência dependente, concebido pela nossa consciência
EX: (livro) (ar) (fada)
substantivo concreto

amor     ódio     ciúme
substantivo abstrato


O SUBSTANTIVO ABSTRATO ENTÃO SERÁ REPRESENTADO PELAS SEGUINTES SITUAÇÕES:
 - Quando o substantivo for sentimento. É o caso de amor, alegria e ódio.
- Quando o substantivo for uma qualidade. É o caso de beleza, feiúra, bondade e inteligência.
- Quando o substantivo for uma ação. É o caso de namoro, casamento, beijo e abraço.
Observação : por mais que queiram, beijo e casamento jamais serão concretos.
Atenção:
Por isso, se alguém disser a você que substantivo concreto é tudo aquilo que se pode "pegar", ignore o que essa pessoa disse (mesmo se for um professor), e tenha a certeza de que Deus, Anjo, Demônio e Saturno, por exemplo, são substantivos concretos.


Para finalizar o assunto:
Existe na Língua Portuguesa, o Concreto Real e o Concreto Fictício.
O primeiro serve para os seres que existem de verdade, como a geladeira, o revólver e o cão.
Já o segundo é reservado para os substantivos que existem apenas nas mentes dos povos; como é o caso do minotauro, do saci-pererê, do vampiro, do lobisomem, e de outras figuras mitológicas e folclóricas.

Quanto ao gênero

Os substantivos flexionam-se nos gêneros masculino e feminino e quanto às formas, podem ser:
Substantivos biformes: apresentam duas formas originadas do mesmo radical. Exemplos: menino - menina, traidor - traidora, aluno - aluna.
Substantivos heterônimos: apresentam radicais distintos e dispensam artigo ou flexão para indicar gênero, ou seja, apresentam duas formas uma para o feminino e outra para o masculino. Exemplos: arlequim - colombina, arcebispo - arquiepiscopisa, bispo - episcopisa, bode - cabra, ovelha - carneiro.
Substantivos uniformes: apresentam a mesma forma para os dois gêneros, podendo ser classificados em:
Epicenos: referem-se a animais ou plantas, e são invariáveis no artigo precedente, acrescentando as palavras macho e fêmea, para distinção do sexo do animal. Exemplos: a onça macho - a onça fêmea; o jacaré macho - o jacaré fêmea; a foca macho - a foca fêmea.
Comuns de dois gêneros: o gênero é indicado pelo artigo precedente. Exemplos: o dentista - a dentista, um jovem - uma jovem, imigrante italiano - imigrante italiana.
Sobrecomuns: invariáveis no artigo precedente. Exemplos: a criança, o indivíduo (não existem formas como "o criança", "a indivíduo").

 

Quanto ao número

Os substantivos apresentam singular e plural.
Nos substantivos simples, para formar o plural, acrescenta-se à terminação em n, vogal ou ditongo o s. Ex: elétron/ elétrons, povo/ povos, caixa/ caixas, cárie/ cáries; a terminação em ão, por ões, ães, ou ãos; as terminações em s, r, e z, por es; terminações em x são invariáveis; terminações em al, el, ol, ul, trocam o l por is, com as seguintes exceções: "mal" (males), "cônsul" (cônsules), "mol" (mols), "gol" (gols); terminação em il, é trocado o l por is (quando oxítono) ou o il por eis (quando paroxítono).
Os substantivos compostos São aqueles que tem dois radicais
Se os elementos são ligados por preposição, só o primeiro varia (mulas-sem-cabeça); também varia apenas o primeiro elemento caso o segundo termo indique finalidade ou semelhança deste (navios-escola, canetas-tinteiro);
Se os elementos são formados por palavras repetidas ou por onomatopeia, só o segundo elemento varia (tico-ticos, pingue-pongues);
Nos demais casos, somente os elementos originariamente substantivos, adjetivos e numerais variam (couves-flores, guardas-noturnos, amores-perfeitos, bem-amados, ex-alunos).
Resumindo flexiona-se apenas o primeiro elemento:
Quando as duas palavras são ligadas por preposições;Quando o segundo nome limita o primeiro, expressando uma idéia de fim ( canetas-tinteiro, sofás-cama).
Flexiona-se apenas o segundo elemento:
§                     quanto há adjetivos + adjetivos (econõmico-financeiros, kuso-brasileiros);
§                     quando a primeira palavra é invariavel (guarda-roupas);
§                     quando há verbo + substantivo (arranha-céus);
§                     quando sao palavras repetidas (quero-queros);
§                     quando se trata de nome de oracões (pai-nossos);
§                     quando se trata de palavras anomatopaicas, que imitam sons(toc-tocs).
Flexionam-se os dois elementos quando há:
§                     substantivo + substantivo (cirurgiões-dentistas);
§                     substantivo + adjetivo (guardas-noturnos);
§                     adjetivo + substantivo (livres-pensadores);
§                     numeral + substantivo (Quintas-feiras).

 

Quanto ao grau

Ps: Grau não é Flexão, é derivação. Ex: Concordo com você em gênero e número. Os substantivos possuem três graus, o aumentativo, o diminutivo e o normal que são formados por dois processos:
§                     Analítico: o substantivo é modificado por adjetivos que indicam sua proporção (rato grande, gato pequeno, casa grande) Neste caso grande e pequeno são os adjetivos, dando uma idéia de tamanho nos substantivos, esses adjetivos assim chamamos de analítico;
§                     Sintético: modifica o substantivo através de sufixos que podem representar além de aumento ou diminuição, o desprezo ou um sentido pejorativo (no aumentativo sintético: gentalha, beiçorra), o afeto ou sentido pejorativo (no diminutivo sintético: filhinho, livreco).
Exemplos de diminutivos e aumentativos sintéticos:
§                     sapato/sapatinho/sapatão;
§                     casa/casinha/casarão;
§                     cão/cãozinho/caonzão;
§                     homem/homenzinho/homenzarrão;
§                     gato/gatinho/gatão;
§                     bigode/bigodinho/bigodaço;
§                     vidro/vidrinho/vidraça;
§                     boca/boquinha/bocarra; muro/mureta/muralha;
§                     pedra/pedregulho/pedrona;
§                     rocha/rochinha/rochedo;
§                     papel/papelzinho/papelão;
§                     lápis/lapisinho/lapisão;
§                     sapo/sapinho/sapão;
§                     livro/livrinho/livrão;
§                     carro/carrinho/carrão; 


VERBOS

verbo é o nome dado à classe gramatical que designa uma ocorrência ou situação. É uma das duas classes gramaticais nucleares do idioma, sendo a outra o substantivo. É o verbo que determina o tipo do predicado, que pode ser predicado verbal, nominal ou verbo-nominal. O verbo pode designar ação, estado ou fenômeno da natureza.

CLASSIFICAÇÃO
Definem-se os verbos tradicionalmente como as palavras que indicam ação, estado ou fenômeno da natureza. Podem ser divididos das seguintes formas e verbos não são apenas ações, são também usado para ligar o sujeito do predicativo:

]
Quanto à semântica

§  Verbos transitivos: Designam ações voluntárias, causadas por um ou mais indivíduos, e que afetam outro(s) indivíduo(s) ou alguma coisa, exigindo um ou mais objetos na ação.Podendo ser transitivo direto, quando não exigir preposição depois do verbo, ou transitivo indireto, quando exigir preposição depois do verbo. Ou ainda transitivo direto e indireto.

§         Verbos intransitivos: Designam ações que não afetam outros indivíduos. Exemplos: andar, existir,nadar, voar etc.

§         Verbos impessoais: São verbos que designam ações involuntárias. Geralmente (mas nem sempre) designam fenômenos da natureza e, portanto, não têm sujeito nem objeto na oração. Exemplos: chover, anoitecer, nevar, haver(no sentido de existência) etc.

§         Verbos de ligação: São os verbos que não designam ações; apenas servem para ligar o sujeito ao predicativo.

Exemplos: ser, estar, parecer, permanecer, continuar, andar, tornar-se, ficar, viver, virar etc...uou

Quanto à conjugação§         Verbos da primeira conjugação: São os verbos terminados em ar: molhar, cortar, relatar, etc.§         Verbos da segunda conjugação: são os verbos terminados em er: receber, conter, poder etc. O verbo anômalo pôr (único com o tema em o), com seus compostos (compor, depor, supor, transpor, antepor, etc.), também é considerado da segunda conjugação devido à sua conjugação já antes realizada (Ex: fizeste, puseste), decorrente de sua forma do português arcaico poer, vinda dolatim ponere.§         Verbos da terceira conjugação: são os verbos terminados em ir: sorrir, fugir, iludir, cair, abrir, etc.

Quanto à morfologia§         Verbos regulares: Flexiona sempre de acordo com os paradigmas da conjugação a que pertencem. Exemplos: amar, vender, partir, etc.

§         Verbos irregulares: Sofrem modificações em relação aos paradigmas da conjugação a que pertencem, tendo modificações no radical e nas terminações. Exemplos: resfolegar, caber, medir ("eu resfolgo", "eu caibo", "eu meço", e não "eu resfolego", "eu cabo", "eu medo").
    • Verbos anômalos: Entre os irregulares se destacam os anômalos. São verbos que não seguem os paradigmas da conjugação a que pertence, sendo que muitas vezes o radical é diferente em cada conjugação. Exemplos: ir, ser, ter ("eu vou", "ele foi"; "eu sou", "tu és", "ele tinha", "eu tivesse", e não "eu io", "ele iu", "eu sejo", "tu sês", "ele tia", "eu tesse"). O verbo "pôr" pertence à segunda conjugação e é anômalo a começar do próprio infinitivo.
§         Verbos defectivos: Verbos que não têm uma ou mais formas conjugadas. Exemplo: precaver - não existe a forma "precavenha".
§         Verbos abundantes: Verbos que apresentam mais de uma forma de conjugação. Exemplos: encher - enchido, cheio; fixar - fixado, fixo; fazer - faz, faça; dizer - diz, diga; trazer - traz, traga.
§         FLEXÃO
Ver artigos principais: Modos e tempos verbais e Formas nominais do verbo
Os verbos têm as seguintes categorias de flexão:
§         Número: singular e plural.
§         Pessoa: primeira (transmissor), segunda (receptor), terceira (mensagem).
§         Modo: indicativo,subjuntivo e imperativo, alem das formas nominais (infinitivo, gerúndio e particípio).
§         Tempo: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito.
§         Voz: ativa, passiva (analítica ou sintética), reflexiva.
Ativa: O sujeito da oração é que faz a ação. Ele sempre fica na frente da frase.
Ex : Os alunos resolveram todas questões.
Passiva :
O sujeito recebe a ação.Ele sempre fica no final da frase.
Ex : Todas questões foram resolvidas pelos alunos.
Reflexiva : O sujeito faz e também recebe a ação.
Ex: Ana se cortou ou se machucou.

FORMAS NOMINAIS
O infinitivo: São terminados em r. Ex.: Amar, Comer, Latir.
§         O particípio: São terminados em ado, ada, ido ou ida. Ex.: Amado, Amada, Comido, Comida, Latido, Latida.
§         O gerúndio: São terminados em ndo. Ex.: Amando, Comendo, Latindo.
Número (N): plural (P) e singular (S).
Pessoa (P): 1ª, 2ª e 3ª.
Tempo (T): futuro (F), passado (Pa) e presente (Pr).
Modo (M): imperativo (Im), indicativo (I) e subjuntivo (S).
Aspecto (A): anterior (A), durativo (D), pontual (P) e posterior (Po).
Imperativo
Andar
Vender
Partir
N
P
T
M
A
-
-
-
-
-
-
-
-
And-a
Vend-e
Part-e
S
-
Im
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
And-ai
Vend-ei
Part-i
P
-
Im
-
-
-
-
-
-
-
-
-

Indicativo futuro
Andar
Vender
Partir
N
P
T
M
A
And-arei
Vend-erei
Part-irei
S
F
I
-
And-arás
Vend-erás
Part-irás
S
F
I
-
And-ará
Vend-erá
Part-irá
S
F
I
-
And-aremos
Vend-eremos
Part-iremos
P
F
I
-
And-areis
Vend-ereis
Part-ireis
P
F
I
-
And-arão
Vend-erão
Part-irão
P
F
I
-

Indicativo passado anterior
Andar
Vender
Partir
N
P
T
M
A
And-ara
Vend-era
Part-ira
S
Pa
I
A
And-aras
Vend-eras
Part-iras
S
Pa
I
A
And-ara
Vend-era
Part-ira
S
Pa
I
A
And-áramos
Vend-êramos
Part-íramos
P
Pa
I
A
And-áreis
Vend-ereis
Part-ireis
P
Pa
I
A
And-aram
Vend-eram
Part-iram
P
Pa
I
A

Indicativo passado durativo
Andar
Vender
Partir
N
P
T
M
A
And-ava
Vend-ia
Part-ia
S
Pa
I
D
And-avas
Vend-ias
Part-ias
S
Pa
I
D
And-ava
Vend-ia
Part-ia
S
Pa
I
D
And-ávamos
Vend-íamos
Part-íamos
P
Pa
I
D
And-áveis
Vend-íeis
Part-ieis
P
Pa
I
D
And-avam
Vend-iam
Part-iam
P
Pa
I
D

Indicativo passado pontual
Andar
Vender
Partir
N
P
T
M
A
And-ei
Vend-i
Part-i
S
Pa
I
P
And-aste
Vend-este
Part-iste
S
Pa
I
P
And-ou
Vend-eu
Part-iu
S
Pa
I
P
And-amos
Vend-emos
Part-imos
P
Pa
I
P
And-astes
Vend-estes
Part-istes
P
Pa
I
P
And-aram
Vend-eram
Part-iram
P
Pa
I
P

Indicativo passado posterior
Andar
Vender
Partir
N
P
T
M
A
And-aria
Vend-eria
Part-iria
S
Pa
I
Po
And-arias
Vend-erias
Part-irias
S
Pa
I
Po
And-aria
Vend-eria
Part-iria
S
Pa
I
Po
And-aríamos
Vend-eríamos
Part-iríamos
P
Pa
I
Po
And-aríeis
Vend-eríeis
Part-iríeis
P
Pa
I
Po
And-ariam
Vend-eriam
Part-iriam
P
Pa
I
Po

Indicativo presente
Andar
Vender
Partir
N
P
T
M
A
And-o
Vend-o
Part-o
S
Pr
I
-
And-as
Vend-es
Part-es
S
Pr
I
-
And-a
Vend-e
Part-e
S
Pr
I
-
And-amos
Vend-emos
Part-imos
P
Pr
I
-
And-ais
Vend-eis
Part-is
P
Pr
I
-
And-am
Vend-em
Part-em
P
Pr
I
-

Subjuntivo futuro
Andar
Vender
Partir
N
P
T
M
A
And-ar
Vend-er
Part-ir
S
F
S
-
And-ares
Vend-eres
Part-ires
S
F
S
-
And-ar
Vend-er
Part-ir
S
F
S
-
And-armos
Vend-ermos
Part-irmos
P
F
S
-
And-ardes
Vend-erdes
Part-irdes
P
F
S
-
And-arem
Vend-erem
Part-irem
P
F
S
-

Subjuntivo passado
Andar
Vender
Partir
N
P
T
M
A
And-asse
Vend-esse
Part-isse
S
Pa
S
-
And-asses
Vend-esses
Part-isses
S
Pa
S
-
And-asse
Vend-esse
Part-isse
S
Pa
S
-
And-ássemos
Vend-êssemos
Part-íssemos
P
Pa
S
-
And-ásseis
Vend-êsseis
Part-isseis
P
Pa
S
-
And-assem
Vend-essem
Part-issem
P
Pa
S
-

Subjuntivo presente
Andar
Vender
Partir
N
P
T
M
A
And-e
Vend-a
Part-a
S
Pr
S
-
And-es
Vend-as
Part-as
S
Pr
S
-
And-e
Vend-a
Part-a
S
Pr
S
-
And-emos
Vend-amos
Part-amos
P
Pr
S
-
And-eis
Vend-ais
Part-ais
P
Pr
S
-
And-em
Vend-am
Part-am
P
Pr
S
-

Infinitivo pessoal
Andar
Vender
Partir
N
P
T
M
A
And-ar
Vend-er
Part-ir
S
-
-
-
And-ares
Vend-eres
Part-ires
S
-
-
-
And-ar
Vend-er
Part-ir
S
-
-
-
And-armos
Vend-ermos
Part-irmos
P
-
-
-
And-ardes
Vend-erdes
Part-irdes
P
-
-
-
And-arem
Vend-erem
Part-irem
P
-
-
-

Infinitivo impessoal
Andar
Vender
Partir
N
P
T
M
A
And-ar
Vend-er
Part-ir
-
-
-
-
-

Gerúndio
Andar
Vender
Partir
N
P
T
M
A
And-ando
Vend-endo
Part-indo
-
-
-
-
-

Particípio
Andar
Vender
Partir
G*
N
P
T
M
A
And-ado
Vend-ido
Part-ido
M
S
-
-
-
-
And-ada
Vend-ida
Part-ida
F
S
-
-
-
-
And-ados
Vend-idos
Part-idos
M
P
-
-
-
-
And-adas
Vend-idas
Part-idas
F
P
-
-
-
-

* O particípio é o único tempo verbal do português flexionado em gênero. Isso ocorre em frases como as dadas a seguir:
O lote é produzido pela fábrica.
Os módulos são produzidos pela filial.
A amostra é produzida em laboratório.
As unidades são produzidas para exportação.

ADVÉRBIOS
Propriedades dos advérbios

Vamos analisar as características gerais dos advérbios nos aspectos morfológico e sintático.
Características sintáticas
Os advérbios podem desempenhar três funções sintáticas:
Modificador Suj+SV. Em certas frases que seguem o modelo sujeito + sintagma verbal + complemento, o advérbio pode sozinho desempenhar o papel de complemento. Exemplo: O motorista dirigia despreocupadamente. No exemplo, o advérbio despreocupadamente incide sobre o motorista dirigia. É bom frisar que, nesses casos, a ação do advérbio se dá sobre o agrupamento sujeito + sintagma verbal como um todo.
Modificador de modificadores. Nesta função, o advérbio modifica outro modificador presente no mesmo sintagma. O modificado pode ser um adjetivo ou outro advérbio. Exemplo:Ela estava muito bem acompanhada. No exemplo, bemmodifica o adjetivo acompanhada e muito modifica o advérbiobem. O adjetivo da frase, por sua vez modifica ela, sujeito da frase. Temos uma cadeia formada por modificador primário (acompanhada), modificador secundário (bem) e modificador terciário (muito).
Modificador frasal. O advérbio pode incidir sobre uma frase inteira. Exemplo: Felizmente, o vôo transcorreu sem problemas. Neste exemplo, o advérbio estende sua ação sobre toda a frase e não apenas sobre um sintagma em particular.
Prioridades de modificação
Quando existe mais de um item potencialmente sujeito à ação do advérbio, respeitam-se as seguintes regras:
·         A prioridade de modificação é decrescente nesta ordem: Modificador de modificadores > modificador Suj+SV > modificador frasal.
·         O advérbio funciona como modificador de modificadores quando houver um adjetivo ou advérbio adjacente. Na maioria dos casos, o modificado está posicionado imediatamente à direita do advérbio.
Características morfológicas
Os advérbios não apresentam flexões, exceto em alguns casos, em que podem variar em grau. Por exemplo:muito/muitíssimo. Morfologicamente, podemos classificar os advérbios em vários grupos:
Regulares: Caracterizam-se pela presença do sufixo menteadicionado à forma singular feminina do adjetivo correspondente. Não havendo forma feminina, toma-se a forma singular como base para a formação. Os advérbios regulares são os mais numerosos e formam um conjunto aberto. Exemplos: abertamente, cabalmente, inegavelmente, prontamente, realmente, etc. O sufixo mente é originário da palavra arcaica mente que significava maneira, forma, modo. Assim, o advérbio friamente advém de fria maneira.
Homônimos não modificadores de adjetivos. Neste grupo aberto se incluem advérbios que têm mesma forma do singular masculino do adjetivo correspondente. Por exemplo: Os pilotos dirigem rápido. Não funcionam como modificadores de adjetivos ou advérbios
Homônimos modificadores de adjetivos. Apresentam adjetivos correspondentes e funcionam como modificadores de adjetivos e advérbios. Estão nesta categoria: alerta, bastante, bem, certo, demasiado, mal, meio, melhor, muito, pior, pouco, quanto, rente, só, tanto, todo, etc.
Homônimos de gerúndio. Apresentam a mesma forma do gerúndio de verbos. Exemplos: Marisa saiu da sala chorando.O adversário perdeu lutando.
Locativos. Os locativos funcionam como complemento Suj+SV, e são invariáveis. Em função disso, podem ser considerados advérbios.
Temporais. Do mesmo modo, os temporais exercem função de complemento Suj+SV e são invariáveis, o que nos permite tratá-los como advérbios.
Irregulares. Formam um grupo heterogêneo e fechado mas de uso intensivo no idioma. Não apresentam adjetivos correspondentes dicionarizados. Exemplos: acaso, aliás, ainda, algo, amiúde, antemão, apenas, assaz, assim, como, debalde, decerto, demais, depois, depressa, devagar, deveras, mais, menos, mui, nada, porventura, quão, quase, que, quiçá, talvez, também, tampouco, tão.
Cruzando as funções sintáticas com os tipos morfológicos de advérbios obtemos a seguinte tabela:
:

Complemento Suj+SV
Modificador de modificadores
Modificador frasal
Regulares
Sim
Sim
Sim
Irregulares
Sim
Sim
Não
Homônimos modificadores de adjetivo
Sim
Sim
Não
Homônimos não modificadores de adjetivo
Sim
Não
Não
Homônimos de gerúndio
Sim
Não
Não
Locativos
Sim
Não
Não
Temporais
Sim
Não
Não
Basta olhar a tabela para perceber como a classe dos advérbios é heterogênea. Na verdade, só há duas características universais para a classe: funcionarem como complementos Suj+SV e serem invariáveis, exceto em grau.
Diante da heterogeneidade de tipos de advérbios e do fato de quase todos os tipos estarem ligados a outras classes morfológicas, é tentadora a idéia de considerar que os advérbios não são exatamente uma classe de palavras, mas sim uma instância que outras classes assumem quando usadas para desempenhar certas funções ditas adverbiais. Os únicos advérbios que não se enquadram nesse modelo de análise são os irregulares. Estes, no geral, são palavras empregadas exclusivamente como advérbios.
Demonstrativos

A lasse dos demonstrativos é limítrofe, pois apresenta características de adjetivos e de pronomes. Constitui-se de um único lexema com 15 flexões.
Pessoa
Masculino
Feminino
Indeterminados em gênero e número
Singular
Plural
Singular
Plural
Este
Estes
Esta
Estas
Isto
Esse
Esses
Essa
Essas
Isso
Aquele
Aqueles
Aquela
Aquelas
Aquilo
Os demonstrativos apresentam uma rica matriz de flexões. Observando a tabela podemos notar algumas regularidades como:
·         Apresentam forma masculina, feminina e indeterminada em número.
·         Apresentam forma singular, plural e indeterminada em número.
·         Apresentam formas para usos ligados às idéias de primeira, segunda ou terceira pessoas do discurso.
Funções dos demonstrativos
Os demonstrativos possuem características que os aproximam tanto da classe dos pronomes, como da dos adjetivos. Para começar, os demonstrativos portam idéia de pessoa, embora isso se dê no plano semântico e não no sintático como é típico dos pronomes. Por outro lado, os demonstrativos são uma classe fechada o que é típico dos pronomes e atípico para adjetivos. Outra característica interessante é que os demonstrativos apresentam formas determinadas e formas indeterminadas em gênero e número. Finalizando, os demonstrativos são empregados também para expressar relações espaciais de proximidade e afastamento e relações temporais. Quando usados nessas funções, perdem a idéia de pessoa associada que lhes é típica em outros usos.
Os demonstrativos determinados em gênero e número são usados como adjetivos. Veja exemplos:
Os demonstrativos determinados em gênero e número são usados como adjetivos.
Aquela cidade me encanta.
Essas meninas são traquinas mesmo.
Este livro é meu.
Em alguns casos, os demonstrativos determinados em gênero e número são empregados em função substantiva, mas isso ocorre em condições similares às que se dão para os adjetivos. Observe os exemplos:
Este é o meu livro.
Essas são as meninas traquinas.
Aquela que visitamos por último, foi a cidade que mais me encantou.
Já os demonstrativos indeterminados em gênero e número (isto, isso e aquilo), são usados só com função substantiva e se comportam como pronomes. Eis alguns exemplos:
Isto é uma vergonha.
Aquilo ultrapassou os limites.
Ele se importa com isso.
Não é possível usar  isto, isso e aquilo em função adjetiva. Observe:
* Isso livro é muito bom.
* Gosto de comprar nisto loja.
* Mas que marca é aquilo carro?
Indicação de posições relativas
A característica mais marcante dos demonstrativos são as flexões ligadas à categoria de pessoa. Em princípio, os demonstrativos indicam posições relativas às pessoas do discurso. Veja os exemplos:
Este livro que está em minhas mãos.
Esse livro que está contigo.
Aquele livro que ele trouxe na mala.
Nos exemplos, os demonstrativos estão determinando o substantivo livro. No primeiro caso, o livro está próximo à quem fala (primeira pessoa do discurso). No segundo enunciado, o livro está próximo do ouvinte (segunda pessoa) e no terceiro exemplo, está próximo de quem se fala (terceira pessoa).
Os demonstrativos não indicam posse. São válidas frases como:
Este livro é dele.
Esse livro é meu.
Aquele livro é teu.
Por extensão, os demonstrativos também são empregados para indicar posições relativas em situações as mais variadas.  O trinômio das pessoas do discurso, por analogia, é empregado para indicar relações como proximidade ou afastamento, presente ou não presente, etc. Vamos exemplificar:
Jânio Quadros e João Figueiredo foram presidentes do Brasil.Este era militar e aquele era civil.
No exemplo, temos a seguinte regra: a flexão de primeira pessoa indica o que foi citado por último e a de terceira pessoa indica o que foi citado primeiramente. A analogia que se estabelece é do tipo:
primeira pessoa = enunciado próximo
terceira pessoa = enunciado afastado
O uso mais rico dos demonstrativos, conforme estabelecido na variante culta, geralmente depende de aprendizado formal. Na fala coloquial o uso dos demonstrativos é mais distenso. As regras quanto às flexões de pessoa são transgredidas na fala coloquial com muita freqüência. Isso ocorre, em parte, porque as regras para uso de demonstrativos são sutis  e exigem atenção no emprego.
Temos que considerar também que em alguns casos, essas regras de uso podem dar margem à ambigüidade como no exemplo:
Este livro que estamos segurando.
Esse livro que estamos segurando.
Se falante e ouvinte estão tocando o livro juntos, as duas frases são adequadas ao contexto.
Comportamento sintático
Não se pode determinar um item simultaneamente com demonstrativo e artigo. Não são aceitas frases como:
* Os esses livros são meus.
* Uns aqueles turistas voltarão.
Os demonstrativos não podem ser determinados por artigo ou adjetivo.
* O  isso é uma vergonha.
* Os livros que comprei são os estes.
* Belo aquilo você vez.
Os demonstrativos podem ser determinados por alguns advérbios.
Era bem isso que eu queria.
Não contávamos com tudo aquilo.
Nem esses são confiáveis.
Todas aquelas pessoas.
O demonstrativo precede imediatamente o determinado e seus outros determinantes. Exemplos:
Este belo e bem ilustrado livro.
Aqueles formidáveis tempos idos.
Os demonstrativos determinados em gênero e número, quando em função adjetiva, concordam com o determinado em gênero e número.
Estas palavras.
Esse livro.
Aquelas conclusões.
Os demonstrativos variáveis em gênero e número, quando em função substantiva, concordam em gênero e número com a idéia portada.
Essas não apresentaram problema. (peças)
Aquele está com defeito. (aparelho)
Nas frases em que isto, isso e aquilo estão em função sintática que define a concordância, esta é feita com a idéia portada pelo demonstrativo. Exemplos:
Isto é o resultado obtido.
Aquilo foram apenas as primeiras conseqüências.
Repare que nos exemplos o verbo concorda em número com a idéia portada pelo demonstrativo. Vale registrar que é raro o emprego de isto, isso e aquilo para representar noções que pedem plural.
Contrações dos demonstrativos
Os demonstrativos formam contrações com as preposições de, eme a conforme a tabela:
Deste
Neste
Destes
Nestes
Desta
Nesta
Destas
Nestas
Isto
Nisto
Desse
Nesse
Desses
Nesses
Dessa
Nessa
Dessas
Nessas
Disso
Nisso
Daquele
Naquele
Àquele
Daqueles
Naqueles
Àqueles
Daquela
Naquela
Àquela
Daquelas
Naquelas
Àquelas
Daquilo
Naquilo
Àquilo

Preposição

A classe das preposições é fechada de palavras relacionais, pois mediam uma relação entre dois itens da frase. De forma simplificada, podemos entender as preposições como uma ponte semântica entre dois itens que, intercalados pela preposição, formam o que chamaremos de conjunto preposicionado. Esse conjunto é composto de três elementos:
ANTECEDENTE + PREPOSIÇÃO + CONSEQÜENTE
Veja exemplos:
Antecedente
Preposição
Conseqüente
Livro
de
História.
Viagem
a
Paris.
Café
com
leite.
Em português, excepcionalmente, a preposição entre pode mediar a relação entre um antecedente e dois conseqüentes, ou então, conseqüente plural.
Antecedente
Preposição
Conseqüente 1

Conseqüente 2
Ficou
entre
a cruz
e
a espada.
As principais preposições do português são:
Preposição
Exemplo de uso
AViagem a ParisAforaTodos desistiram, afora os mais insistentes.ApósPaulo retirou-se após a discussão.AnteFicou parado ante a porta.AtéCorreu até cair de cansaço.ComCafé com leiteComoReceberam o troféu como prêmio.ConformeOcorreu conforme o esperado.ConsoanteO rito se deu consoante os costumes.ContraLutaram um contra o outro.DeCopo de leite.DesdeNão o vejo desde o ano passado.DuranteEle saiu durante o discurso.EmSiga em frente.EntreEstava entre a cruz e a espada.ExcetoTodos votaram a favor, exceto os radicais.ForaTudo corre bem, fora alguns detalhes.MediantePudemos participar mediante recurso.MenosTodos compareceram, menos ele.Para (pra)Comida para gatos.
Bom pra cachorro.Por (Per)Passamos por ele no caminho.
Ele passou pelos percalços ileso.PeranteApresentou-se perante o juiz.SalvanteResolvi todas as questões, salvante a última.SalvoChegaremos logo, salvo algum imprevisto.SegundoEstamos no caminho certo, segundo o mapa.SemCafé sem açúcar.SobTrabalho sob pressão.SobrePedra sobre pedra.TiranteConheço essas pessoas, tirante uns poucos.VistoEle terá alta, visto o resultado do exame.
A forma pra é uma variante informal de para.
As preposições por e per ocorrem em distribuição complementar. A preposição por predomina, mas não pode ocorrer antecedendo artigos definidos. Não são válidas as combinações a seguir:
* Por a, * por as, * por o, * por os.
As formas inaceitáveis acima devem ser substituídas pelas contrações equivalentes de per com os artigos definidos.
Per + a = pela
Per + as = pelas
Per + o = pelo
Per + os = pelos
Afora esses casos de contração, a preposição arcaica per só ocorre em algumas poucas expressões da língua como de per si ouper capita.
Ordem e contigüidade no conjunto preposicionado
Os elementos do conjunto preposicionado não precisam ser necessariamente contíguos, como vemos nos exemplos a seguir:
Viajei ontem a Recife.
Comecem imediatamente a estudar.
Contou a fofoca para todos.
Podemos intercalar outros itens entre os elementos do conjunto preposicionado, respeitando a regra que não se interpõe nada entre a preposição e o conseqüente. São inaceitáveis construções como:
* Contou para a fofoca todos.
* Reservei para, o melhor, ti.
Quanto à ordem, é aceitável a inversão específica da ordem típica do conjunto preposicionado como neste exemplos:
A todos contou a fofoca.
Para ti, reservei o melhor.
As duas ordens aceitáveis são portanto:
ANTECEDENTE + PREPOSIÇÃO + CONSEQÜENTE (típica)
PREPOSIÇÃO + CONSEQÜENTE + ANTECEDENTE
São inaceitáveis outras ordens, tais como:
CONSEQÜENTE + PREPOSIÇÃO + ANTECEDENTE
* Todos a contou a fofoca.
ANTECEDENTE + CONSEQÜENTE + PREPOSIÇÃO
* Contou a fofoca todos a.
O conjunto preposicionado e os sintagmas
A preposição media a relação entre dois itens da frase formando o conjunto preposicionado. No entanto, esse conjunto não se contém em um único sintagma. De modo genérico, podemos descrever essa característica com a representação a seguir:
Sintagma 1
Sintagma 2
antecedente
preposição + conseqüente
Veja alguns exemplos:
Sintagma 1
Sintagma 2
Doce
S
de leite.
SAdj
Colorido
Adj
à mão.
SAdv
Comecem
V
a estudar.
Prep V
Ele contou
Suj SV
a todos.
OI
As relações entre os elementos do conjunto preposicionado se dão em uma camada à parte da estrutura de sintagmas. É como se tivéssemos dois níveis de interpretação sobrepostos sobre a mesma frase. Vamos exemplificar analisando o enunciado doce de leite.
Na camada sintática, doce é sintagma substantivo simples. Leite é sintagma substantivo simples, que por sua vez integra o sintagma adjetivo de leite.
Na camada do conjunto preposicionado, doce é o antecedente eleite é o conseqüente.
Na tabela a seguir, temos a maioria das possibilidades de cruzamentos entre conjuntos preposicionados e sintagmas.
Antecedente

Preposição + conseqüente

Tudo correu bem,
F

de modo geral.
SAdv

Eles partem
Suj SV

em viagem
SAdv
hoje.
SAdv
Letícia emprestou
Suj SV

a Otávio
OI
o livro.
OD
O médico
Suj
é
SV
contra  a cirurgia.
SAdj

Água
S
mineral
SAdj
sem gás.
SAdj

Entediado
Adj

com a monotonia.
SAdv

Vestida
Vvcv

para matar.
Prep Vn

Sintagmas avulsos preposicionados
No modelo completo, a preposição só ocorre concomitantemente a um antecedente e a um conseqüente. Nos sintagmas avulsos, porém, podemos encontrar a preposição associada apenas ao conseqüente, como mostram os exemplos a seguir:
Até a vitória.
Para você, com carinho.
Com sua licença, por favor.
Os exemplos são sintagmas preposicionados avulsos. Pode-se entendê-los em muitos casos como frases elípticas, em que o antecedente foi omitido. Mesmo nos sintagmas isolados observamos que a preposição precede de imediato o conseqüente.
Combinação de preposições
Nas combinações, duas preposições atuam em conjunto para criar o elo semântico entre antecedente e conseqüente. As preposições aparecem lado a lado e a interpretação do elo semântico que elas definem se dá pela composição dos sentidos individuais de cada preposição. Veja exemplos:
Desceu de sobre a árvore.
Os preços baixaram em até 10%.
Ele tem o maior carinho para com você.
A umidade se infiltrou por entre as tábuas.
Sob perspectiva histórica, as preposições afora, após, dentre operante são combinações.
Afora = a + fora
Após = a + pós
Dentre = de + entre
Perante = Per + ante
Os falantes de hoje, porém, já deixaram de perceber essas preposições como combinações, até porque duas delas incluem preposições arcaicas (per e pós). No português contemporâneo, podemos considerar esses casos como preposições simples.
Pronomes

Podemos considerar os pronomes como uma classe de substitutos, pela característica que apresentam de, na maioria dos casos, poderem ser comutados por sintagmas substantivos. O sistema de pronomes do português é rico e complexo. São os seguintes os pronomes da língua portuguesa:



Sing.

Sing.

Sing.
 
Plural
 
Plural
 
Plural
Reto

eu
tu
ele
ela
nós
vós
eles
elas
Oblíquo OD


o, lo, no
a, la, na


os, los, nos
as, las, nas
Oblíquo SSp
Átono
me
te
lhe
nos
vos
lhes
Reflexivo átono
me
te
se
nos
vos
se
Tônico
mim
ti
ele
ela
nós
vós
eles
elas
Reflexivo tônico
mim
ti
si
nós
vós
si
com+ pronome
comigo
contigo
consigo
conosco
convosco
consigo
Tratamento


Você
O Sr.
A Sra.
V.S.ª
V.Ex.ª


Vocês
Os Srs.
As Sras.
V.S.as
V.Ex.as

Flexões dos pronomes

Os pronomes são flexionados em pessoa, gênero, número, e caso, embora o sistema pronominal seja defectivo, como se observa no quadro de pronomes, onde existem lacunas que correspondem à ausência de algumas possibilidades de flexão. A flexão em gênero, por exemplo só existe para alguns pronomes de terceira pessoa. Muitas flexões apresentam a mesma forma que outras próximas no quadro.
A flexão de caso, em português, está presente apenas nos pronomes, que comportam três casos: reto, oblíquo OD e  oblíquo SSp.
·         Reto. O caso reto é empregado quando o pronome desempenha função de sujeito da frase.
·         Oblíquo OD. O caso oblíquo OD é usado quando o pronome funciona como objeto direto na frase.
·         Oblíquo SSp. O caso oblíquo SSp, por sua vez, é usado em função de sintagma substantivo preposicionado. Uma especialização do caso oblíquo SSp são os pronomes reflexivos. O oblíquo reflexivo é usado quando o pronome ocupa função de objeto indireto e, além disso, o sujeito e o objeto indireto da frase denotam o mesmo referente.

Terceira pessoa em função de segunda

Uma característica marcante do nosso sistema pronominal é a possibilidade de, em certos casos, se usar uma flexão de pessoa com valor de outra. O caso mais notável dessa peculiaridade ocorre quando nos dirigimos à quem se fala (segunda pessoa do discurso) usando pronomes de terceira pessoa. Nesse caso, o verbo também pode vir flexionado em terceira pessoa. Observe os exemplos:

Tu podes me informar as horas?
Você pode me informar as horas?
O pronome da frase um está flexionado em segunda pessoa e o pronome da frase dois, está em terceira pessoa. No entanto, as frases se equivalem já que por meio de ambas, nos dirigimos ao receptor, ou seja, à segunda pessoa do discurso.
O uso de flexões de terceira pessoa em lugar de segunda explica-se historicamente. Os pronomes de tratamento eram formas cerimoniais de se dirigir às autoridades. Pela etiqueta da época, não se considerava apropriado dirigir-se à autoridade diretamente, usando pronomes de segunda pessoa. Os pronomes de tratamento, na verdade, citavam a pessoa a quem se fala de uma forma indireta, referindo-se à seus atributos. Por exemplo: Em vez de dizer:
Vossa mercê pode me conceder um favor?
Vossa senhoria pode me conceder um favor?
A forma de tratamento vossa mercê evoluiu para o pronome atual você. Essa maneira de se dirigir à quem se fala em terceira pessoa se consolidou na língua portuguesa e hoje não se limita aos pronomes de tratamento e às situações formais. Temos no português contemporâneo, regras que definem como usar flexões pronominais de terceira pessoa em função de segunda. Vamos conhecer essas regras a seguir.
·         Reto. Frases com o pronome tu podem ser comutadas com correspondentes que usem pronomes de tratamento. Por exemplo: 
Tu podes me fazer um favor? 
Você pode me fazer um favor? 
O senhor pode me fazer um favor?
Observe que o verbo concorda com a pessoa do pronome.

·         Oblíquo SSp átono. Frases com o pronome te podem ser comutadas por correspondentes que usem lhe ou a + pronome de tratamento. Exemplos:
Concedo-te o benefício.
Concedo-lhe o benefício.
Concedo a você o benefício.
Concedo ao senhor o benefício.

·         
Oblíquo SSp tônico. Frases com o pronome ti são comutáveis por correspondentes que apresentem o pronome lhe ou pronomes de tratamento. Exemplos:
Concedo a ti o benefício.
Concedo-lhe o benefício.
Concedo a você o benefício.
Concedo ao senhor o benefício.
Observe que lhe substitui preposição + pronome tônico.

·         Com + pronome. Frases com a forma contigo podem ser permutadas com correspondentes que usem consigoou com + pronome de tratamento. Exemplos:
Vou contigo ao escritório.
Vou consigo ao escritório.
Vou com você ao escritório.
Vou com o senhor ao escritório.

Não existem formas de segunda pessoa para oblíquo OD átono, oblíquo SSp átono reflexivo, oblíquo SSp tônico reflexivo, e pronomes de tratamento logo, não há como fazer permuta com formas de terceira pessoa nesses casos.
No caso dos pronomes lhe e consigo, somente pelo contexto podemos discernir se estão sendo usados em função de segunda ou terceira pessoa.
Embora os pronomes de tratamento sejam de terceira pessoa, seu uso ocorre praticamente só em função de segunda.

ADJETIVO
Adjetivo é uma palavra que caracteriza um substantivo atribuindo-lhe qualidade/característica, estado ou modo de ser. Flexionam-se em gênero, número e grau.
Sua função gramatical pode ser comparada com a do advérbio em relação aos verbos, aos adjetivos e a outros advérbios.
Exemplos: borboleta branca
FLEXÃO DO ADJETIVO
Os adjetivos podem sofrer três tipos de flexão: por gênero, por número e por grau.
Os adjetivos podem ser divididos em dois grupos em relação ao gênero.
Adjetivos uniformes : Apresentam uma única forma para os dois gêneros (masculino e feminino). Exemplos: empregado competente (masculino)/empregada competente (feminino)
Adjetivos biformes : Apresentam duas formas para os dois gêneros (masculino e feminino). Exemplo: o homem burguês (masculino)/a mulher burguesa (feminino)
Em geral, para formar o feminino, os adjetivos levam a vogal -a no final do adjetivo e para formar o masculino eles levam a vogal -o no final do adjetivo. Exemplo: criativo (masculino)/criativa (feminino). Entretanto, pode haver exceções, como no caso dos masculinos terminados em -eu, que podem fazer o feminino em -eia (europeu, européia) ou em -ia (judeu, judia).
O adjetivo flexiona-se no plural de acordo com as regras existentes para o substantivo.
Nos adjetivos compostos, como regra geral, só o último elemento vai para o plural. Exemplo: poemas herói-cômicos
Há exceção para o adjetivo surdo-mudo, que faz o plural surdos-mudos.
Não há variação de número nem de gênero para os seguintes casos:
adjetivos compostos com nome de cor + substantivo: olhos verde-mar
adjetivo azul-marinho: calças azul-marinho
locuções adjetivas formadas pela expressão cor + de + substantivo: chapéus cor-de-rosa
os substantivos empregados em função adjetivas quando está implicita a idéia de cor: sapatos cinza
Regras para flexão de número para adjetivos compostos
Nos adjetivos compostos, só o último elemento vai para o plural
Exemplos:
lente côncavo-convexas
Nos adjetivos cores, eles ficam invariáveis quando o último elemento for um substantivo
Exemplos:
papel azul-turquesa/papéis azul-turquesa;
olho verde-água / olhos verde-água
A única flexão de grau propriamente dita dos adjetivos é entre o grau normal e o grau superlativo absoluto. Exemplos: atual - atualíssimo,negro - nigérrimo, fácil - facílimo. Algumas palavras ainda admitem o grau comparativo. Exemplos: grande - maior, pequeno - menor, bom - melhor (não confundir com o advérbio bem - melhor. Exemplo: Esse é bom, aquele é melhor ≠ Ele fez bem, você fezmelhor).
Nos demais casos, o grau é indicado não por flexões, mas por advérbios. São distintos os seguintes graus:
Comparativo de igualdade: Usa-se para expressar que um ser tem um grau de igualdade a outro ser. Pode ser determinado pelas locuções: tanto...quanto, ...assim como..., tão...quanto, ...do mesmo jeito que..., e outras variações. Por exemplo: "Fulano é tão alegre quanto sicrano".
Comparativo de superioridade: Usa-se para expressar que um ser tem um grau de superioridade a outro ser. Pode ser determinado pelas locuções: mais...que ou mais...do que. Exemplo: "José é mais alegre que Pedro".
Comparativo de inferioridade: Usa-se para expressar que um ser têm um grau de inferioridade a outro ser. Pode ser determinado pelas locuções: menos...que ou menos...do que. Exemplo: "José é menos alegre que Pedro".
Superlativo absoluto (analítico): Exprime um aumento de intensidade sobre o substantivo determinado pelo adjetivo, sem compará-lo com outros da mesma espécie. Exemplo: "José é muito alto".
Superlativo absoluto (sintético): É expresso com a participação de sufixos. O mais comum é –íssimo. Exemplo: “Trata-se de um artista originalíssimo”, “Seremos tolerantíssimos”.
Superlativo relativo de superioridade: Exprime uma vantagem de um ser entre os demais da mesma espécie. Exemplo: "José é o mais alto de todos".
Superlativo relativo de inferioridade: Exprime uma desvantagem de um ser entre os demais da mesma espécie. Exemplo: "José éo menos alto
Locução adjetiva é a reunião de duas ou mais palavras com função de adjetivo. Elas são usualmente formadas por:
uma preposição e um advérbio
uma preposição e um substantivo
Exemplos:
Conselho da mãe = Conselho materno
Dor de estômago = Dor estomacal
Período da tarde = Período vespertin


CONJUNÇÃO

Conjunção é uma das dez classes de palavras definidas pela gramática. As conjunções são palavras invariáveisque servem para conectar orações ou dois termos de mesma função sintática, estabelecendo entre eles uma relação de dependência ou de simples coordenação.
São exemplos de conjunções: portanto, logo, pois, como, mas, e, embora, porque, entretanto, nem, quando, ora,que, porém, todavia, quer, contudo, seja, conforme.
Quando duas ou mais palavras exercem função de conjunção dá-se-lhes o nome de locução conjuntiva. São exemplos de locuções conjuntivas: à medida que, apesar de, a fim de que.
As conjunções são classificadas de acordo a relação de dependência sintática dos termos que ligam. Se conectarem orações ou termos pertencentes a um mesmo nível sintático, são ditas conjunções coordenativas.
Quando conectam duas orações que apresentem diferentes níveis sintáticos, ou seja, uma oração é um membro sintático da outra, são chamadas de conjunções subordinativas.
Apesar de ser uma classe de palavras com muitas classificações, são poucas as conjunções propriamente ditas existentes. A maioria delas são na verdade locuções conjuntivas (mais de uma palavra com a função de conjunção) ou palavras de outras classes gramaticais que às vezes exercem a função de conjunção em um período.
As conjunções ditas "essenciais" (isto é, palavras que funcionam somente como conjunção) são as seguintes: e,nem, mas, porém, todavia, contudo, entretanto, ou, porque,pois, portanto, se, ora, apesar e como.
Coordenativas
Aditivas
Indicam uma relação de adição à frase. Unem palavras de mesma função sintática. São elas:e, nem, mas também, como também,além de (disso, disto, aquilo), quanto (depois de tanto),bem como e etc.
Ex: Comi e fiquei satisfeita. Todos aqui estão contentes e despreocupados. João apeou e deu bons-dias a todos. O acontecimento não foi bom nem ruim.

Adversativas

Indicam uma relação de oposição bem como de contraste ou compensação entre as unidades ligadas. Também pode gerar um sentido de consequência a algo dito anteriormente. São elas: mas, porém, todavia, entretanto, no entanto, senão, não obstante , contudo , etc. Antes dos nexos adversativos a vírgula é obrigatória.
Ex:O carro bateu, mas ninguém se feriu.

Alternativas ou disjuntivas

Como o seu nome indica, expressam uma relação de alternância, seja por incompatibilidade dos termos ligados ou por equivalência dos mesmos. São elas: ou...ou, ou, ora...ora, já...já, quer...quer, etc.
Ex.: Ou ela, ou eu.

Explicativas

Expressam a relação de explicação, razão ou motivo. São elas: que, porque, porquanto, pois (anteposta ao verbo).
Ex: Ele não entra porque está sem tempo.
Conclusivas
Indicam relação de conclusão. São elas: pois (posposta ao verbo), logo, portanto, então, por isso, por conseguinte, por isto, assim, etc.
Ex: Ele bateu o carro, estava, pois, embriagado.
Subordinativas
As conjunções subordinativas ligam uma oração de nível sintático inferior (oração subordinada) a uma de nível sintático superior (oração principal). Uma vez que uma oração é um membro sintático de outra, esta oração pode exercer funções diversas, correspondendo um tipo específico de conjunção para cada uma delas. Um período formado por conjunções subordinadas que não contém as tais conjunções é chamado de: oração principal.


Integrantes

que, se.  
Introduzem uma oração (chamada de substantiva) que pode uncionar como sujeito, objeto direto, predicativo, aposto, agente da passiva, objeto indireto, complemento nominal (nos três últimos casos pode haver uma preposição anteposta a conjunção) de outra oração. As conjunções subordinativas integrantes são que e se.
Quando o verbo exprime uma certeza, usa-se que; quando não, usa-se se.
Afirmo que sou inteligente.
Não sei se existe ou se dói.
Espero que você não demore.
Observação: Uma forma de identificar o se e o que como conjunções integrantes é substituí-los por "isso", "isto" ou "aquilo".
Exemplo:
Afirmo que sou inteligente. (Afirmo isto.)
Não sei se existe ou se dói. (Não sei isto.)
Espero que você não demore. (Espero isto.)
As adverbiais podem ser classificadas de acordo com o valor semântico que possuem.
Causal
porque, pois, porquanto, como, pois que, por isso que, já que, uma vez que, visto que, visto como, que, entre outros.
Inicia uma oração subordinada denotadora de causa.
Dona Luísa fora para lá porque estava só.
Como o calor estivesse forte, pusemo-nos a andar pelo Passeio Público.
Como o frio era grande, aproximou-se da lareira.

Comparativa
que, (mais/menos/maior/menor/melhor/pior) do que, (tal) qual, (tanto) quanto, como, assim como, bem como, como se, que nem (dependendo da frase, pode expressar semelhança ou grau de superioridade), etc.
Iniciam uma oração que contém o segundo membro de uma comparação.
Indica comparação entre dois membros.
Era mais alta que baixa.
Nesse instante, Pedro se levantou como se tivesse levado uma chicotada.
O menino está tão confuso quanto o irmão.
O bigode do seu Leocádio era amarelo, espesso e arrepiado que nem vassoura usada.

Concessiva
embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que, apesar de que, nem que,em que, que,e, etc.
Inicia uma oração subordinada em que se admite um fato contrário à ação proposta pela oração principal, mas incapaz de impedi-la.
Pouco demorei, conquanto muitos fossem os agrados.
É todo graça, embora as pernas não ajudem..

Condicional
se, caso, quando, contanto que, salvo se, sem que, dado que, desde que, a menos que, a não ser que, etc.
Iniciam uma oração subordinada em que se indica uma hipótese ou uma condição necessária para que seja realizado ou não o fato principal.
Seria mais poeta, se fosse menos político.
Consultava-se, receosa de revelar sua comoção, caso se levantasse.

Conformativa
conforme, como, segundo, consoante, etc.
Inicia uma oração subordinada em que se exprime a conformidade de um pensamento com o da oração principal.
Cristo nasceu para todos, cada qual como o merece.
Tal foi a conclusão de Aires, segundo se lê no Memorial. (Machado de Assis)

Consecutiva
que (combinada com uma das palavras tal, tanto, tão ou tamanho, presentes ou latentes na oração anterior), de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que
Iniciam uma oração na qual se indica a consequência.
Soube que tivera uma emoção tão grande que Deus quase a levou.
Falou tanto na reunião que ficou rouco
Tamanho o labor que sentiu sede
Era tal a vitória que transbordou lágrimas de emoção
As palavras são todas de tal modo ou tamanho

Final
para que, a fim de que, porque [para que], que
Iniciam uma oração subordinada que indica a finalidade da oração principal
Aqui vai o livro para que o leia.
Fiz-lhe sinal que se calasse.
Chegue mais cedo a fim de que possamos conversar.
                                                                                                 
Proporcional
à medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto, quanto mais … (mais), quanto mais (tanto mais), quanto mais … (menos), quanto mais … (tanto menos), quanto menos … (menos), quanto menos … (tanto menos), quanto menos … (mais), quanto menos … (tanto mais)
niciam uma oração subordinada em que se menciona um fato realizado ou para realizar-se simultaneamente com o da oração principal.
Ao passo que nos elevávamos, elevava-se igualmente o dia nos ares.
Tudo isso vou escrevendo enquanto entramos no Ano Novo.
O preço do leite aumenta à proporção que esse alimento falta no mercado.

Temporal
quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, enquanto, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que [= desde que], etc.
Iniciam uma oração subordinada indicadora de circunstância de tempo
Custas a vir e, quando vens, não demora.
Implicou comigo assim que me viu;

Observações gerais
Uma conjunção é na maioria das vezes precedida ou sucedida por uma vírgula (",") e muito raramente é sucedida por um ponto ("."). Seguem alguns exemplos de frases com as conjunções marcadas em negrito:
"Aquele é um bom aluno, portanto deverá ser aprovado."
"Meu pai ora me trata bem, ora me trata mal."
"Gosto de comer chocolate, mas sei que me faz mal."
"Marcelo pediu que trouxéssemos bebidas para a festa."
"João subiu e desceu a escada."
Quando a banda deu seu acorde final, os organizadores deram início aos jogos.
Em geral, cada categoria tem uma conjunção típica. Assim é que, para classificar uma conjunção ou locução conjuntiva, é preciso que ela seja substituível, sem mudar o sentido do período, pela conjunção típica. Por exemplo, o "que" somente será conjunção coordenativa aditiva, se for substituível pela conjunção típica "e".
Veja o exemplo:
"Dize-me com quem andas, que eu te direi quem és."
"Dize-me com quem andas, e eu te direi quem és."
As conjunções alternativas caracterizam-se pela repetição, exceto "ou", cujo primeiro elemento pode ficar subentendido.
As adversativas, exceto "mas", podem aparecer deslocadas. Neste caso, a substituição pelo tipo (conjunção típica) só é possível se forem devolvidas ao início da oração.
A diferença entre as conjunções coordenativas explicativas e as subordinativas causais é o verbo: se este estiver no imperativo, a conjunção será coordenativa explicativa: "Fecha a janela, porque faz frio."
O "que" e o "se" serão integrantes se a oração por eles iniciada responder à pergunta "Qual é a coisa que…?", formulada com o verbo da oração anterior. Veja o exemplo:
Não sei se morre de amor. (Qual é a coisa que não sei? Se morre de amor.)
O uso da conjunção "pois" pode a ser classificada em:
Explicativa, quando a conjunção estiver antes do verbo;
Conclusiva, quando a conjunção estiver depois do verbo;
Causal, quando a conjunção puder ser substituída por "uma vez que".

INTERJEIÇÃO

As interjeições são palavras invariáveis que exprimem estados emocionais, ou mais abrangente: sensações e estados de espírito; ou até mesmo serve como auxiliador expressivo para o interlocutor, já que, lhe permite a adoção de um comportamento que pode dispensar estruturas linguísticas mais elaboradas.
As interjeições podem ser classificadas de acordo com o sentimento que traduzem. Segue alguns exemplos para cada emoção:
Alegria: oba!, eba!, viva!, oh!, ah!, uhu!, eh! , gol!, que bom!, iupi!
Saudação: oi!, olá!, salve!, adeus!, viva!, alô!
Alívio: ufa!, uf!, ah!, ainda bem!, arre!
Animação, estímulo: coragem!, avante!, firme!, vamos!, eia!
Aprovação: bravo!, bis!, viva!, muito bem!
Desejo: tomara!, oxalá!, queira deus!, oh!, pudera!
Dor: ai! ui!
admiração: ah!, chi!, ih!, oh!, uh!, ué!, puxa!, uau!, caramba!, caraca!, putz!, gente!, céus!, uai!, horra!, nossa! (francês: oh lala)
Impaciência: hum!, hem!, raios!, diabo!, puxa!, pô!
Invocação: alô!, olá!, psiu!, socorro!, ei!, eh!, ô!
Medo: credo!, cruzes! uh!, ui!, socorro!
Outros exemplos que não representam emoções:
Ordem: silêncio! alto! basta! chega! quietos!
Derivados do inglês: yes! ok!
Os principais tipos de interjeição são aqueles que exprimem:
a) afugentamento: arreda!, fora!, passa!, sai!, roda!, rua!, toca!, xô!, xô pra lá!
b) alegria ou admiração: oh!, ah!, olá!, olé!, eta!, eia!
c) advertência: alerta!, cuidado!, alto lá!, calma!, olha!, Fogo!
d) admiração: puxa!
e) alívio: ufa!, arre!, também!
f) animação: coragem!, eia!, avante!, upa!, vamos!
g) apelo: alô!, olá!, ó!
h) aplauso: bis!, bem!, bravo!, viva!, apoiado!, fiufiu!, hup!, hurra!, isso!, muito bem!, parabéns!
i) agradecimento: graças a Deus!, obrigado!, obrigada!, agradecido!
j) chamamento: Alô!, hei!, olá!, psiu!, pst!, socorro!
k) estímulo: ânimo!, adiante!, avante!, eia!, coragem!, firme!, força!, toca!, upa!, vamos!
l) desculpa: perdão!
m) desejo: oh!, oxalá!, tomara!, pudera!, queira Deus!, quem me dera!,
n) despedida: adeus!, até logo!, bai-bai!, tchau!
o) dor: ai!, ui!, ai de mim!
p) dúvida: hum! Hem!
q) cessação: basta!, para!
r) invocação: alô!, ô, olá!
s) espanto: uai!, hi!, ali!, ué!, ih!, oh!, poxa!, quê!, caramba!, nossa!, opa!, Virgem!, xi!, terremoto!, barrabás!, barbaridade!, meu Deus!, menino Jesus!
t) impaciência: arre!, hum!, puxa!, raios!
u) saudação: ave!, olá!, ora viva!, salve!, viva!, adeus!,
v) saudade: ah!, oh!
w) silêncio: psiu!, silêncio!, caluda!, psiu! (bem demorado), psit!
x) suspensão: alto!, alto lá!
y) terror: credo!, cruzes!, Jesus!, que medo!, uh!, ui!, fogo!, barbaridade!
z) interrogação: hei!…
A compreensão de uma interjeição depende da análise do contexto em que ela aparece. Quando a interjeição é expressada com mais de um vocábulo, recebe o nome de locução interjetiva. Ora bolas!, cruz credo!, puxa vida!, valha-me Deus!, se Deus quiser! Macacos me mordam!
A interjeição é considerada palavra-frase, caracterizando-se como uma estrutura à parte. Não desempenha função sintática.
NUMERAL
Os numerais podem ser classificados como cardinal, coletivo, ordinal, multiplicativo , fracionário, partitivoou romanos
 Numerais cardinais
Os numerais cardinais são aqueles que utilizam os números naturais para a contagem de objetos, ou até designam a abstração das quantidades: os números em si mesmos. Valem por adjetivos ou substantivos.
Exemplo : Dois mais dois é igual a quatro

Numerais coletivos
Os numerais coletivos são aquelas palavras que designam uma quantidade específica de um conjunto de seres ou objetos. São termos variáveis em número e invariáveis em gênero.
Exemplos: dupl,triplo,quadriplo,etc

Numerais multiplicativos
Os numerais multiplicativos são aqueles que indicam uma quantidade equivalente a uma multiplicação (uma duplicação, uma triplicação etc.).
Exemplos: Às vezes, as palavras possuem duplo sentido. Arrecadou-se o triplo dos impostos relativos ao ano passado.

Numerais ordinais
Os numerais ordinais são aqueles que indicam a ordenação ou a sucessão numérica de seres e objetos.
Exemplo: Recebeu o seu primeiro presente agora mesmo.
Exemplo: Fernanda está completando seu primeiro aniversário.

Numerais fracionários
Os números fracionários são aqueles que passam a idéia de parte de algo, fração.
Exemplo: terço, quinto
um terço do bolo por favor.
indicam a divisão de seres (usado muito em receitas de alimento) Exemplo : O garoto comeu MEIA (metade) pizza . ponha 1/4 da xícara de açúcar na massa.

Numerais partitivos
Os numerais partitivos são aqueles que passam idéia de partir, não deve se confundir com fracionários.
Exemplo: meio.

Numerais romanos
Os numerais romanos são usados para marcar o século muitas vezes em relógios e outros, são 7 símbolos que representam os números romanos: I (1),V (5),X (10),L(50), C (100),D (500),M(1000) Para ser formado um número romano é necessário fazer as combinações corretas, sempre em ordem decrescente.
Exemplo: MDXXXII (1532, 1000+500+30+2).
Cada letra só se pode repetir três vezes, porem é desnecessário, por exemplo, usar duas vezes a letra D, uma vez que repetida daria mil,M. Apesar de não parecer, os números romanos também são infinitos.Para fazer um número menor que uma letra, quando ele for impossível com outras combinações, podemos pôr uma letra na frente pra diminuir a segunda letra.
Exemplo: XC = 90 (ou seja, 100 - 10).
Quando na numeração romana colocarmos um traço em cima da letra, estaremos multiplicando o valor da letra por mil, por isso, colocando dois traços multiplicamos por um milhão (1000x1000) e assim suscessivamente.
Exemplo: 
Desta forma, torna-se possível escrever qualquer número natural na numeração romana.

ARTIGO

Artigos são palavras que precedem os substantivos para determiná-los ou indeterminá-los. Os artigos definidos(o, a, os, as), de modo geral, indicam seres determinados, conhecidos da pessoa que fala ou escreve.
Falei com o médico.
Já encontramos os livros perdidos.
Os artigos indefinidos (um, uma , uns, umas) indicam os seres de modo vago, impreciso.
Uma pessoa lhe telefonou.
Uns garotos faziam barulho na rua.
Os artigos definidos são "declináveis" (não é uma declinação verdadeira), podendo se combinar com algumaspreposições, formando os seguintes casos:
Genitivo: do, da, dos, das (preposição "de")
Locativo: no, na, nos, nas (preposição "em")
Dativo: ao, à, aos, às (preposição "a")
Ablativo: pelo, pela, pelos, pelas (preposição "por")
Comitativo: co, coa, cos, coas (preposição "com")
Algumas preposições também se ligam aos artigos indefinidos:
Genitivo: dum, duma, duns, dumas (preposição "de")
Locativo: num, numa, nuns, numas (preposição "em")

Observações sobre alguns empregos dos artigos
1. O artigo definido, no singular, pode indicar toda a espécie:
ex:

A águia enxerga das alturas.
O homem é mortal.

2. É facultativo (opcional) o uso do artigo com os pronomes possessivos:
ex:

Sua intenção era das melhores.
A sua intenção era das melhores.

3. Os nomes próprios podem vir com artigo:
ex:

Os Oliveiras vêm jantar conosco.
O Antônio é bom pedreiro.

4. Muitos nomes próprios de lugares admitem o artigo, outros não:
ex:

A Bahia, o Amazonas, Santa Catarina, Goiás, os Andes.

5. O artigo indefinido pode realçar (dar intensidade a) uma idéia:
ex:

Ele falava com uma segurança que impressionava a todos!
Era uma euforia, uma festa, como jamais se viu!

6. O artigo indefinido pode, também, dar idéia de aproximação:
ex:

Eu devia ter uns quinze anos, quando isso aconteceu.

7. A palavra todo(a) pode variar do sentido, se vier ou não acompanhada de artigo:
ex:

Toda a casa ficou alagada. (inteira, completa, total)
Toda casa deve ter segurança. (cada, qualquer)

8. Com o numeral ambos (ambas) usa-se o artigo:
ex:

Ambas as partes chegaram a um acordo. (ambas = as duas)
   * 1. O artigo definido, no singular, pode indicar toda a espécie:
          A águia enxerga das alturas.
          O homem é mortal.
   * 2. É facultativo (opcional) o uso do artigo com os pronomes possessivos:
          Sua intenção era das melhores.
          A sua intenção era das melhores.
   * 3. Os nomes próprios podem vir com artigo:
          Os Oliveiras vêm jantar conosco.
          O Everaldo é bom pedreiro.
   * 4. Muitos nomes próprios de lugares admitem o artigo, outros não:
          a Bahia, o Amazonas, Santa Catarina, Goiás, os Andes.
   * 5. O artigo indefinido pode realçar (dar intensidade a) uma idéia:
          Ele falava com uma segurança que impressionava a todos!
          Era uma euforia, uma festa, como jamais se viu!
   * 6. O indefinido pode, também, dar idéia de aproximação:
          Eu devia ter uns quinze anos, quando isso aconteceu.
   * 7. A palavra todo(a) pode variar o sentido, se tiver ou não o artigo:      
          Toda a casa ficou alagada. (inteira, completa, total)
          Toda casa deve ter segurança. (cada, qualquer)
   * 8. Com o numeral ambos (ambas) usa-se o artigo:                                       
          Ambas as partes chegaram a um acordo. (ambas = as duas)

OBSERVAÇÕES
De acordo com a gramática normativa do português, não se usa artigo depois da palavra "cujo" e suas derivações (cuja, cujos, cujas). Assim: Assisti ao filme cujo título me parecia estranho.
Não se usa artigo também antes da palavra "casa" quando entendida como o próprio lar. Deste modo: Estou em casa. Estou na casa de uma amiga.
Muitas vezes, estas categorias criadas pelas gramáticas para tentar normatizar/descrever as línguas não dão conta de explicar todos os fenômenos lingüísticos possíveis. Em alguns casos, o artigo pode indicar também certa familiaridade. Ex: "Lucas é um apresentador de TV" e "O Lucas é meu amigo desde a quarta série".
O artigo, diante de qualquer palavra, relacionando-se a ela, transforma-a em substantivo